segunda-feira, maio 10, 2010

Nosso medo

Eu olhava e - juro! - procurava tudo que pudesse me fazer parar de querê-lo. A começar pelas as rugas que denunciavam nossa incrível distância. A calvície contraditória com sua imaturidade ou, por assim dizer, falta de chão. As unhas ignoradas. A barba excessivamente podada, o cavanhaque brega e barato. Todas essas considerações superficiais, porém reveladoras de uma repulsa sem fim. Repulsa do gozo, do riso, do desprezo; da racionalidade tão seguramente superior. Repulsa do medo. Nosso medo, meu desejo.

Um comentário:

Marcelo Arruda disse...

Dificil não sentir aquele nó na graganta e aquele aperto do coração. Pessoas intensas "sofremOS"...

Belo blog, Melzita...