terça-feira, setembro 29, 2009

Fernando Haddad: "O vestibular é a famosa jaboticaba"

Em entrevista à rádio CBN, o ministro da Educação, Fernando Haddad, falou sobre a realização do Enem, a mudança do vestibular brasileiro e o Censo Escolar 2009

De acordo com o ministro, esse ano 4,5 milhões de estudantes se inscreveram na prova do Enem. O número representa cerca de 75% dos concluintes do Ensino Médio, além de egressos que ainda buscam entrar no Ensino Superior.

Haddad explica que em seis anos, com os projetos de expansão das universidades federais e do "Programa Universidade para Todos" (ProUni), foram triplicadas as vagas gratuitas no Ensino Superior brasileiro. “Passamos de 100 mil, para 300 mil vagas gratuitas em todo o país.”

Sobre a adoção do “novo Enem” como sistema de seleção para ingresso nas universidades brasileiras, o ministro explica que já em 2010 50 instituições públicas vão adotá-lo como fase única, e outras 26, como primeira fase. "O vestibular é a famosa jabuticaba. Só o Brasil que mantinha há 100 anos esse modelo de seleção. E isso é uma anomalia", critica Haddad. Na seleção universal, o estudante poderá pleitear vagas em qualquer universidade integrante do sistema, através de uma única prova.

Censo Escolar 2009

O Censo realizado este ano revelou uma redução no número absoluto de matrículas no Ensino Básico. Para Haddad, contudo, isso não é negativo. "A proporção de crianças na escola aumenta em qualquer faixa etária considerada. Mas o número absoluto cai, em função do fato de que há menos brasileiros de 0 a 17 anos, além de uma melhora de fluxo. As crianças tão repetindo menos o ano, tão progredindo mais, e isso impacta positivamente. É o que os economistas chamam de bônus demográfico."

Além do número inferior de nascimentos, outro fato explica a redução do número de matriculas contabilizadas, principalmente no nordeste do país. É o fim da chamada “duplicidade de matrículas”, que ocorria quando uma criança era registrada em mais de uma escola. Agora, as instituições têm que repassar os nomes de todos os estudantes, para evitar a dupla contabilização.

Desafios na pré-escola

"O Ensino Fundamental estando com 98% de matrículas, agora o desafio é enorme de chegar às reservas indígenas, às comunidades quilombolas, comunidades ribeirinhas, aos assentamentos, esses 2% que faltam”, explica Haddad.

De acordo com o ministro, a prioridade agora é garantir a universalização da pré-escola. “Nós já estamos com 80% das crianças de quatro a seis anos matriculadas, mas temos que tentar atingir a universalização até 2014, porque está demonstrado que é o atendimento na pré-escola, que garante o sucesso da Educação Básica no seu conjunto.” Haddad explica que a conclusão do Ensino Médio está diretamente ligada à educação recebida a partir dos quatro anos de idade.

Flexibilização do Ensino Médio

Baseado em modelos europeus e norte-americanos, o ministro da Educação defende a flexibilização do Ensino Médio brasileiro. A proposta é que os jovens, principalmente os de baixa renda, possam ter acesso a um ensino profissionalizante.

"O Ensino Médio no Brasil é muito chapado. É quase que um só. E o peso do vestibular é evidente nesse caso, acaba tornando uma espécie de camisa de força que todo mundo tem que seguir. A flexibilização do vestibular por meio do Enem vai permitir que as escolas atendam melhor às expectativas dos jovens, que muitas vezes não é o vestibular.”

“Na maior parte do mundo desenvolvido, um contingente apreciável de jovens faz o Ensino Médio em busca de profissionalização, e não de universidade. E se isso é verdade na França e nos Estados Unidos, também tem que ser verdade no Brasil. Então, o Ensino Médio brasileiro vai se tornar cada vez mais profissionalizante, para atender ao jovem de baixa renda sobretudo, que nem sempre tem diante de si o horizonte do Ensino Superior, mas que tem o direito de se profissionalizar, de concluir a Educação Básica com um ofício, uma profissão adequada à sua inserção no mundo do trabalho.”

Entrevista à Rádio CBN, 29/09/2009

sábado, setembro 19, 2009

Meu futuro em 30 segundos

Hoje no ônibus de volta da aula de Comunicação Comunitária em Planaltina para a Asa Norte, fizeram uma brincadeira para dizermos em 30 segundos quem somos, e em mais 30 segundos, quem seremos no futuro.

Eu, como sempre, travei na hora. Primeiro porque resumir em 30 segundos toda uma vida é certamente um tratado de mediocridade. O que importa em quem eu sou? Não é de onde eu vim, onde morei, o que estudo, porque meu nome é Mel, quantos anos eu tenho ou o que eu costumo comer quando fico nervosa. É o que eu sinto, é o que existe. E isso, ah... nem eu entendo, quem dirá conseguiria explicar!

Parece até aquelas conversas com desconhecidos, em festas ou barzinhos. Os dois buscam - quase desesperadamente - achar algo de interessante no ser ao lado, e para isso fazem perguntas óbvias como "o que você faz?", cujas respostas normalmente são ainda mais óbvias "ah, estudo, trabalho...". Sinceramente, ninguém quer conversar com pessoas perfeitamentes inseridas dentro do protocolo social contemporâneo. Por que não experimentar algo mais "pós-moderno"... como "ah, eu danço, eu penso, eu amo, eu choro, eu existo. Existo aqui e em milhões de lugares, com bilhões de facetas e trilhões de emoções".

E sobre o meu futuro. Sabe-se lá o que será dele. Mas pensando no assunto, cheguei a algumas conclusões, que registro aqui para nostálgicas risadas posteriores:

Não faço a menor ideia de onde e com o que vou trabalhar, só sei que é para um mundo melhor através da Comunicação. E que é muito. E muito bom!

Quero ter uma família bacana, com um companheiro para compartilhar minha vida. Alguém que apesar de todos os pepinos e jilós, esteja do meu lado no final do dia, até de manhã! Nossos olhares serão cheios de admiração, desejo e ternura. Quando houver piscadas tristes, raivosas ou desconfiadas... beijinhos resolverão o problema. E se um dia o amor virar lembrança, seguiremos bons amigos.

Quero também uns quatro filhos. E todos vamos dividir as tarefas da casa, com tabelinha e tudo, coleta seletiva, hortinha e nenhum empregado. O natal da família vai ser na nossa casa, para juntar todos os agregados e suas desavenças. Vamos economizar durante o ano, para nas férias viajarmos juntos a lugares inusitados. E digo economizar, porque já desisti de ser rica - aliás, acho que seria contra meus princípios!

Aos domingos, vamos almoçar na casa de um dos meus pais ou um de meus sogros - sim, porque nessa minha geração de filhos pós-hippies, ter pais ainda casados é uma raridade. Aqueles almoços cheios de farofa e fofoca boa! Pelo menos um dia na semana, vou almoçar com aquelas amizades que existem desde sempre. Ou tomar uma cervejinha.

Sempre quando acordar, vou ter mil coisas na cabeça. Mas quando dormir, vou ter a certeza de ser feliz.

E acho que isso seria o bastante.

terça-feira, setembro 15, 2009

A arte de sentir através de músicas

Tanto
por Skank

"Coveiros gemem tristes ais
E realejos ancestrais juram que
Eu não devia mais querer você
Os sinos e os clarins rachados
Zombando tão desafinados
Querem, eu sei, mas é pecado
Eu te perder

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Políticos embriagados
Dançando em guetos arruinados
E os profetas desacordados
A te ouvir
Eu sei que eles vem tomar meu
Drinque em meu copo a trincar
E me pedir pra te deixar partir

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Todos meus pais querem me dar
Amor que há tempos não está lá
E suas filhas vão me deixar
Por isso não me preocupar
Eu voltei pra minha sina
Contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
E sabe quase tudo de mim
Ela sabe onde eu
Queria estar enfim

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Mas seu dândi vai
De paletó chinês
Falou comigo mais de uma vez
Não, eu sei, não fui muito cortês
Com ele,não
Isso, porque ele mentiu, porque
Te ganhou e partiu
Porque o tempo consentiu
Ou se não porque

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto
É tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto"

segunda-feira, setembro 14, 2009

Eaí, Kid?

Será preciso ficar só, pra se viver?

ou

Será preciso ficar, só pra se viver?

quinta-feira, setembro 10, 2009

"A vida secreta das palavras"

Se eu fosse indicar o melhor filme que vi esse ano, "A Vida Secreta das Palavras" de Isabel Coixet (2005), seria o escolhido. Ele é fantástico.

"There are very few things. Silence and words."

terça-feira, setembro 08, 2009

ouvindo rádio

Kid Abelha com Lenine

"Jogue suas mãos para o céu,
e agradeça se acaso tiver alguém
que você gostaria que estivesse sempre com você!
Na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê..."

sábado, setembro 05, 2009

Família é...

Assistir High School Musical 3 e Cinderela 3 (com um priminho pulando na barriga e uma priminha cantando tudo desafinado), passar o dia na praia com céu nublado brincando de adedonha (em que leite vira objeto e cama um lugar), ganhar vestido-canga, tomar algumas caipiroskas de maracujá com morango e não ter que pagar a conta, ouvir piadinhas infames durante o almoço, aguentar perguntas indiscretas durante o jantar, ler o jornal e a Carta Capital, pra depois dormir assistindo Crônicas de Nárnia 2 abraçadinha com todo mundo!

Família é bomdimais!