quarta-feira, maio 07, 2008

Estatuto do Mundo de Todo Mundo

Fica decretado que o sol que nasce aqui
é o mesmo que se põe acolá,
Que o calor, a sede e a dor dos filhos daqui
é igual a dos filhos de Alá,
de Jesus e também de Iemanjá,
Que aqueles que matam por terra,
na terra só podem chorar,
Pois a Terra é uma só
onde todos devemos morar.

Fica decretado que dessa terra,
juntos devemos cuidar,
De mãos dadas a caminhar,
os carros pra trás iremos deixar;
Subiremos nas árvores para brincar
ao invés de florestas desmatar;
Encheremos o peito de orgulho,
e não de poluição;
Nadaremos nos rios e mares,
Com medo apenas de tubarão
Mas nada de tóxicos ou comichão.

E quando empanturrados,
de tanto comer McGoiabas e BigMuquecas,
Fica decretado que deitaremos nas redes,
sem ar condicionado, mosqueteiro e repelentes,
Apenas com o vento a cantar em nossas mentes.

Fica decretado que o primeiro papel jogado no chão,
O primeiro átomo de poluição,
O primeiro embrulho de Chicabom,
Assim como o segundo, o terceiro e todos os demais que virão
A partir de agora devem recolhidos,
pra sempre temidos,
e nunca esquecidos.

Fica decretado, por fim, que em nossos sonhos não haverá pesadelos
Com ladrões, bombas e explosões,
Nossas tristezas serão apenas com desamores
ou desilusões.

Pois num mundo que é de todo mundo,
Todos amam e reclamam,
Se alguém algum desses decretos,
Esconde debaixo da cama.

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