Flash Happy Society, Guto Parente, 2009
Uma metonímia. A síntese, em oito minutos, do que representa a nossa sociedade da imagem. No curta completamente experimental, o cineasta mostra como o show - e tantos outros momentos perfeitos para serem aproveitados com amigos, familiares e desconhecidos - perde espaço para a necessidade de se registrar o instante para compartilhar com o mundo, posteriormente.
No universo de câmeras digitais, flashes efêmeros, em cartões de memória infinita, o presente só tem importância se for bem capturado. A música, fim maior de qualquer concerto, é constantemente interrompida pelos flashes. O objetivo passou para o segundo plano. O que importa agora é mostrar para todo mundo que você esteve na festa, com aquelas pessoas e que aproveitou muito. Ainda que não tenha aproveitado nada. Ainda que não se tenha permitido sentir aquele instante, em sua essência.
A crítica, começa já no nome inglês do curta-metragem. “Flash Happy Society”, a sociedade dos estrangeirismos, das aparências, da superficialidade, da falta de originalidade. Será que seremos – ou já estamos! – todos ofuscados por esse flash?!
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