10 centavos, de Cesar Fernando de Oliveira, 2007, 19 min
Um tapa na cara de toda a classe média do país. Nós, que tantas vezes estamos do lado de cá da janela do carro, emburrados por ter que dar algumas moedas ao flanelinha, desta vez nos colocamos na pele negra do cabelo oxigenado, do menino guardador de carros.
10 centavos, 40 centavos, três reais. Quantias que parecem insignificantes - o troco da balinha, a moeda que caiu e não pegamos de volta – adquirem um valor incrível nas mãos do garoto, que se vira guardando e lavando carros e regando flores. Garantem o seu almoço e a janta do irmão caçula, ao mesmo tempo que desafiam e exaltam a honestidade da criança.
Um tapa na cara de toda a classe média do país. Nós, que tantas vezes estamos do lado de cá da janela do carro, emburrados por ter que dar algumas moedas ao flanelinha, desta vez nos colocamos na pele negra do cabelo oxigenado, do menino guardador de carros.
10 centavos, 40 centavos, três reais. Quantias que parecem insignificantes - o troco da balinha, a moeda que caiu e não pegamos de volta – adquirem um valor incrível nas mãos do garoto, que se vira guardando e lavando carros e regando flores. Garantem o seu almoço e a janta do irmão caçula, ao mesmo tempo que desafiam e exaltam a honestidade da criança.
Honestidade que pode até causar surpresa no público, de tão
singela e genuína. Inspirado talvez no olhar de Jorge Amado sobre os Capitães
de Areia, o filme de Cesar Fernando é um contraste com o retrato criminalizante
tão comum dos jovens negros e pobres do Pelourinho e do resto do mundo. Saímos
do filme emocionados com a batalha diária desses meninos, mas é insuportável a
dor da falta de perspectiva de um futuro melhor. Afinal de contas, lavadores de
carro não se aposentam.
2 comentários:
quero ver!
Jacque! Você pode assistir aqui, oh: http://portacurtas.org.br/pop_160.asp?Cod=8738&Exib=2770 :)
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