Me falta inspiração.
Expiro, inspiro.
Inspiro, expiro. Não sei ao certo o que expiro, se sinto não ter nada dentro de mim. É só mais um daqueles vazios cheios d'um nada arrebatador.
Também não espirro! Veja bem, meu bem, não é dessas doenças.
Mas minha cabeça fica de cama.
Não levanta por nada nesse mundo. Na fila do banco, tomando água de coco na praça, boiando no mar, rindo de piadas e ciladas... está sempre debaixo do travesseiro.
Passam-se as horas; os momentos áureos, prateados e cor daqueles burros quando fogem! A vida a se viver, a revolução a se fazer, os amores a se encontrar... tudo passa, pássaros grandes e pequeninos.
E minha cabeça, covarde, sem coragem de enfrentar o nada que insiste em aparecer: a falta de magia, a apatia, e a mediocridade intrínseca. O sol pode brilhar, Chico, cantar... e a gente até se emocionar.
Mas no fim das contas, quando o garçon nos coloca à sarjeta de sua espelunca, o que era dia vira noite, e da noite às vezes prefiriria que nem se (re)fizesse o dia.
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