.... Uma ótima inspiração pro movimento estudantil, pra professoras e professores, famílias e pessoas como eu, você e todo mundo que conhecemos!
O Sir Ken Robinson manda muito bem. Nesse vídeo, ele fala um bocado de coisas interessantes. Uma delas é sobre como na verdade nós nascemos criativos e com o passar do tempo vamos sendo levados temer o erro e, consequentemente, perder a originalidade. Outra é sobre a supervalorização de uma inteligência "mental", frente a outras formas de genialidade.
Enfim, vale a pena demais assistir, compartilhar, pensar e mudar toda a nossa educação.
A vida necessita de pausas.
quarta-feira, março 14, 2012
As escolas matam a criatividade!
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terça-feira, novembro 22, 2011
La palida
"Mis certezas desayunan dudas. Y hay días en que me siento extranjero en Montevideo y en cualquier otra parte. En esos días, días sin sol, noches sin luna, ningún lugar es mi lugar y no consigo reconocerme en nada, ni en nadie. Las palabras no se parecen a lo que nombran y ni siquiera se parecen a su propio sonido. Entonces no estoy donde estoy. Dejo mi cuerpo y me voy, lejos, a ninguna parte, y no quiero estar con nadie, ni siquiera conmigo, y no tengo, ni quiero tener, nombre ninguno: entonces pierdo las ganas de llamarme o ser llamado."
Eduardo Galeano
Eduardo Galeano
sábado, outubro 15, 2011
Trechos do educador Moacir Gadotti
"Então o analfabetismo é a negação de um direito. O analfabetismo tem a ver com um conjunto do bem viver das pessoas. Imagina agora, chegamos a ter mais de 300 classes de catadores de produtos recicláveis de lixo. Imagina que a pessoa está na rua das 5 horas da manhã até as 7 horas da noite, catando lixo, e às 7 horas da noite vai para uma sala de aula. É muito difícil essa pessoa ter condições, depois de um dia passando fome, de se alfabetizar. Então, as condições sociais são determinantes. Condições sociais de moradia, de trabalho, de emprego, de saúde, fora a educação. A educação não está desligada, não é um problema setorial, é um problema estrutural com os outros condicionantes."
"Vou dar dois pontos onde o atraso continua, em que nós paramos, simplesmente estacionamos: educação de adultos, nós praticamente estacionamos nos analfabetos. E a outra é na creche, de 0 a 4 anos, onde 34% das vagas são pagas e apenas 14 em cada 100 crianças de 0 a 4 têm acesso à creche.
(...) Quando eu vejo que uma mãe trabalhadora, empregada doméstica, sai lá da zona leste pra trabalhar nos Jardins e amarra, acorrenta uma criança de quatro anos e ela é responsabilizada criminalmente por isso, quem deve ser responsabilizado é o Estado. A prefeitura aqui tem 84 mil pedidos de vagas em creche que não são atendidos. É um crime o que se faz com essa criança e com essa mãe. Como é que está uma mãe que vai trabalhar em uma casa, é de chorar isso aí, é de chorar, é de arrepiar. Eu me coloco na pele dessa mãe que deixa uma criança em casa, que não tem onde deixar, ou que deixa com uma outra de sete anos. Essa criança teria que estar na escola, caramba!" (Entrevista a Caros Amigos, fevereiro/2010)
15 de outubro. Dia das educadoras e educadores e, mais do que nunca, dia de lutar pelos 10% do PIB pra nossa educação pública, gratuita, acessível, democrática, inclusiva, crítica, emancipatória e popular!
"Vou dar dois pontos onde o atraso continua, em que nós paramos, simplesmente estacionamos: educação de adultos, nós praticamente estacionamos nos analfabetos. E a outra é na creche, de 0 a 4 anos, onde 34% das vagas são pagas e apenas 14 em cada 100 crianças de 0 a 4 têm acesso à creche.
(...) Quando eu vejo que uma mãe trabalhadora, empregada doméstica, sai lá da zona leste pra trabalhar nos Jardins e amarra, acorrenta uma criança de quatro anos e ela é responsabilizada criminalmente por isso, quem deve ser responsabilizado é o Estado. A prefeitura aqui tem 84 mil pedidos de vagas em creche que não são atendidos. É um crime o que se faz com essa criança e com essa mãe. Como é que está uma mãe que vai trabalhar em uma casa, é de chorar isso aí, é de chorar, é de arrepiar. Eu me coloco na pele dessa mãe que deixa uma criança em casa, que não tem onde deixar, ou que deixa com uma outra de sete anos. Essa criança teria que estar na escola, caramba!" (Entrevista a Caros Amigos, fevereiro/2010)
15 de outubro. Dia das educadoras e educadores e, mais do que nunca, dia de lutar pelos 10% do PIB pra nossa educação pública, gratuita, acessível, democrática, inclusiva, crítica, emancipatória e popular!
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sexta-feira, outubro 14, 2011
Paulo Freire e a linguagem inclusiva
"É preciso, então, que nós, educadoras - quero dizer aos homens presentes que não duvidem muito da minha virilidade, mas concordem com a minha postura ideológica de rejeição a uma sintaxe machista que pretende convencer as mulheres que dizendo 'nós, os educadores' eu esteja incluindo as mulheres. Não estou. E para provar que quando digo 'nós, os educadores' estou falando só de homens, porque não entro nessa mentira macha, eu agora disse, de propósito, 'nós, as educadoras', para provocar os homens. E espero que eles se sintam incorporados ao 'educadoras' no feminino, para ver como é ruim. Quer dizer, como é ruim não ser mulher. Como é ruim a mulher ser envolvida numa mentira, numa ideologia que pretende explicar sintaticamente, como se a sintaxe não tivesse nada a ver com ideologia - uma falsificação."
Pedagogia dos sonhos possíveis
Na mosca, Paulão!
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quarta-feira, outubro 05, 2011
Ah, las calles de Buenos Aires!
"Las calles de Buenos Aires
ya son mi entraña.
No las ávidas calles,
incómodas de turba y de ajetreo,
sino las calles desganadas del barrio,
casi invisibles de habituales,
enternecidas de penumbra y de ocaso
y aquellas más afuera
ajenas de árboles piadosos
donde austeras casitas apenas se aventuran,
abrumadas por inmortales distancias,
a perderse en la honda visión
de cielo y de llanura.
Son para el solitario una promesa
porque millares de almas singulares las pueblan,
únicas ante Dios y en el tiempo
y sin duda preciosas.
Hacia el Oeste, el Norte y el Sur
se han desplegado–y son también la patria–las calles:
ojalá en versos que trazo
estén esas banderas."
ya son mi entraña.
No las ávidas calles,
incómodas de turba y de ajetreo,
sino las calles desganadas del barrio,
casi invisibles de habituales,
enternecidas de penumbra y de ocaso
y aquellas más afuera
ajenas de árboles piadosos
donde austeras casitas apenas se aventuran,
abrumadas por inmortales distancias,
a perderse en la honda visión
de cielo y de llanura.
Son para el solitario una promesa
porque millares de almas singulares las pueblan,
únicas ante Dios y en el tiempo
y sin duda preciosas.
Hacia el Oeste, el Norte y el Sur
se han desplegado–y son también la patria–las calles:
ojalá en versos que trazo
estén esas banderas."
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quarta-feira, agosto 24, 2011
Saramago e a linguagem inclusiva
Sempre tive minhas dúvidas com a linguagem inclusiva. Se o melhor é o arroba, o xis ou a ênfase nas duas palavras. Seja qual for o melhor método, cada vez mais me convenço de que ela é necessária.
Li recentemente o "Conto da Ilha Desconhecida", do Saramago, e teve um diálogo que me marcou infinitamente... a "mulher da limpeza" diz assim, ao "homem que queria um barco":
"... o filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância."
No fim, acho que é assim que nós, mulheres, sentimos às vezes, né?
Li recentemente o "Conto da Ilha Desconhecida", do Saramago, e teve um diálogo que me marcou infinitamente... a "mulher da limpeza" diz assim, ao "homem que queria um barco":
"... o filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância."
No fim, acho que é assim que nós, mulheres, sentimos às vezes, né?
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domingo, julho 24, 2011
Diário de Escola
“Neste mundo, é preciso ser um pouco bom demais, para sê-lo bastante” Marivaux
Sobre as crianças do mundo
“Existem cinco tipos de criança no nosso planeta hoje: a nossa criança cliente, a criança produtora sob outros céus, mais além a criança soldado, a criança prostituída, e, nos painéis encurvados do metrô, a criança que está morrendo e cuja imagem, periodicamente, debruça sobre a nossa lassidão o olhar da fome e do abandono.
São crianças as cinco.
Manipuladas, as cinco.”
“- Ande, você, que sabe tudo sem nada ter aprendido, qual é o meio de ensinar sem estar preparado para isso? Existe um método?
- É o que não falta, só da isso, métodos! Vocês passam o tempo a se refugiar nos métodos, enquanto, no fundo, sabem muito bem que o método não basta. Falta-lhe algo.
- O que é que lhe falta?
- Não posso dizer.
- Por quê?
- É um palavrão.
- Pior do que “empatia”?
- Sem comparação. Uma palavra que você não pode pronunciar numa escola, num liceu, numa faculdade, ou em nada que se assemelhe a isso.
- A saber?
- Não, verdade, não posso...
- Ande, vá!
- Não posso, estou lhe dizendo! Se você soltar essa palavra falando de instrução, vai ser linchado.
- ...
- ...
- ...
- O amor.”
Do fantástico livro "Diário de Escola", de Daniel Pennac. Literatura obrigatória para todos que ensinam, que aprendem, que lutam por uma educação melhor livre de preconceitos e amarras. Por uma escola inovadora, transformadora e, sempre, guiada pelo amor.
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